Como uma pré-aceleradora pode mudar os rumos do seu negócio?
“Your network is the people who want to help you, and you want to help them, and that’s really powerful.”- Reid Hoffman,...
“Your network is the people who want to help you, and you want to help them, and that’s really powerful.”- Reid Hoffman, fundador do LinkedIn (tweet isso)
Sexta-feira, dia 17 de julho de 2015.
Recebi um email com o seguinte assunto: “Parabéns, sua startup foi selecionada!”
Ele foi enviado pela Renata Salvini, uma pessoa que até então eu só conhecia por e-mail, informando que o Deskovery era um dos projetos selecionados para o Startup NAVE, programa de pré-aceleração da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.
Minha ansiedade e enorme expectativa se transformaram em uma euforia sem tamanho.
A primeira pessoa a nos incentivar a participar do programa foi o Marcelo Macedo. Ele disse: – “Você já é um cara experiente. No início, pode ser mais do mesmo, mas acho que vai ajudar.”
Começamos no dia 3 de agosto, uma segunda-feira. Minha rotina mudou completamente.
Eu havia passado os últimos 8 meses trabalhando no meu quarto. Vez ou outra, ia para um espaço de coworking, mas como estava sem grana, já que o projeto ainda não tinha receita, não havia outra opção a não ser trabalhar em casa mesmo.
Do início de agosto até hoje, tenho trabalhado todos os dias no Espaço Nave, que oferece gratuitamente aos participantes do programa um espaço de coworking com uma infraestrutura e ambiente incríveis.
Nossa principal expectativa – minha e do meu sócio – estava em começar a gerar receita com o projeto. Afinal, eu estava me dedicando integralmente a ele e sem nenhuma outra fonte de renda.
O programa do Startup Nave é gamificado. Quase tudo que fazemos dentro e fora do espaço vale pontos, como participar de workshops, eventos internos ou externos e cumprir as metas.
Ele é 100% orientado a resultados. Quem não bate as metas, ou seja, quando o projeto da vez não é executado, é excluído do programa. Até aqui, quatro projetos já saíram por eliminação ou desistência.
Para medir a nossa performance, usamos a metodologia OKR, sigla em inglês para Objetive Key Results, largamente usada em empresas como Google e Facebook.
Logo no início, uma de nossas metas – e de todas as outras 25 startups – era entrevistar 50 pessoas por semana. O objetivo era entender melhor os problemas das pessoas para que, a partir disso, desenvolvêssemos uma solução.
Nosso modelo de negócios principal é marketplace. Por conta disso, resolvemos problemas de duas pontas: das pessoas que precisam de um escritório para trabalhar e dos donos de espaços de coworking.
Como o mercado costuma dizer, o dilema do ovo e da galinha.
Em um mês, conversamos com quase 100 pessoas, incluindo freelancers, empreendedores, autônomos, funcionários de empresas e gestores de espaços de coworking. Foram mais de 200 horas de conversas por telefone, Skype, Hangout, chats e algumas até pessoalmente.
Essa experiência foi essencial para o projeto, já que pudemos entender claramente não somente os problemas que essas pessoas vivenciavam como também seus verdadeiros desejos.
Há muito mais coisas por trás de uma pessoa em busca de um local para trabalhar ou em busca de clientes. E esse processo nos ensinou bastante sobre isso.
Boa parte de nosso público é composto por empreendedores. De um lado, os donos dos espaços e do outro, freelancers e micro e pequenos empreendedores. Mas as entrevistas nos ajudaram muito a abrir os olhos para um público que até então não dávamos muita atenção: funcionários de empresas.
Muitas empresas vem aderindo ao trabalho remoto. Por isso, seus funcionários trabalham em home office ou espaços de coworking (os que passam a maior parte do tempo em uma base fixa), e em hotéis, cafeterias, shoppings ou restaurantes (os que trabalham em trânsito).
Um dos workshops que fizemos no Nave foi essencial para nos ajudar a entender como funciona esse processo: o workshop de Customer Development, ministrado pelo Guga Gorenstein, do Poup.
Ele deu uma dica valiosíssima: – “Preste atenção nas reclamações das pessoas.”
Missão dada é missão cumprida.
Ficamos muito surpresos com a quantidade de problemas que as pessoas enfrentam na rua. E o mais incrível é que a maior parte delas, faz um esforço mínimo para encontrar uma solução. São tantas outras preocupações, ou seja, elas estão tão atoladas com seu trabalho, que não dão atenção a isso.
O perfil do home office é um velho conhecido: falta de interação, isolamento, ruídos externos totalmente fora de seu controle (como obras, tráfego e escolas), queda de produtividade, apenas citando algumas de suas reclamações.
É incrível a quantidade de pessoas que optaram pelo home office para ter mais tempo para os filhos ou porque não podem pagar uma pessoa para cuidar deles.
Já os donos e gestores de espaços de coworking sofrem de um problema que 100% dos empreendedores também já sofreu pelo menos uma vez na vida: dificuldade de captar e reter clientes.
Muitos dessas empresas estão operando com receitas muito abaixo do esperado e acumulando prejuízos há meses. Pelo menos cinco espaços encerraram as atividades somente em 2015, a maioria por esse motivo.
Em uma pesquisa de mercado que estamos realizando em parceria com o portal Coworking Brasil, temos dados preliminares que mostram que há empresas operando com menos de metade de sua capacidade de atendimento.
É uma dor que eu senti na pele a frente do BeesOffice, espaço de coworking que toquei por 3 anos no Rio de Janeiro, já extinto.
Esses dois meses participando do Startup Nave tem nos proporcionado um aprendizado incrível. Os workshops e mentorias tem sido essenciais para o projeto.
E diferentemente do que o Marcelo Macedo disse antes de entrarmos, nada foi mais do mesmo. Por mais experientes que possamos ser, sempre há algo para aprender.
O fato dos workshops serem ministrados por empreendedores, gente que aplicou tudo o que aprendeu, fez uma diferença enorme. Recebemos dicas e insights espetaculares.
As experiências trocadas com os outros empreendedores, tanto os mentores quanto os participantes do Nave, têm sido de grande valia para nós.
Além da Renata Salvini, pessoas como Bernard de Luna e todas as mentorias que fizemos; Márcio Torres e Felipe Chaves, nas incontáveis conversas e brainstormings sobre negócios; e Gustavo Vidal, com suas dicas de comunicação e design, tiveram contribuições fundamentais para a transformação e amadurecimento do Deskovery.
Uma Nova Jornada
“Sonhar grande dá o mesmo trabalho de sonhar pequeno.”
– Jorge Paulo Lemann, fundador da Ambev (tweet isso)
Hoje é um dia muito especial, que temos certeza ajudará a escrever novas páginas na história do coworking no Brasil e no mundo.
Estamos lançando no país uma solução inovadora. Uma assinatura mensal que dá acesso a espaços de coworking em diversos locais.
Embarcamos na missão de conectar empreendedores de todo o mundo.
Os espaços de coworking serão nossa plataforma, fortalecendo ainda mais o ecossistema de empreendedorismo nacional, potencializando a interação, a colaboração e a geração de novos negócios.
Para este lançamento, contamos com o apoio de cinco espaços de coworking do Rio de Janeiro, localizados nos principais bairros da cidade:
- Espaço Nave e EDX Coworking, no Centro;
- Tribo Coworking, em Copacabana;
- Vinst Coworking, no Recreio;
- e Wecompany, na Barra da Tijuca.
Todos tiveram sua parcela de contribuição. Nos deram vários feedbacks e, principalmente, estão acreditando em nosso propósito.
Vamos ajudá-los a conquistar mais clientes, aumentar ao máximo a sua taxa de ocupação, para que eles possam crescer e prosperar.
Além disso, criamos um sistema de gestão de espaços de coworking sob medida, que aumentará a sua produtividade e tornará seus processos de gestão muito mais simples.
Gerenciar um escritório exige tempo e dedicação. Daremos a eles mais tempo para fomentar o que tem de melhor em um espaço de coworking: suas comunidades.
Nossa meta é ambiciosa: seremos uma das maiores redes de escritórios compartilhados do mundo.
Ajudaremos o Brasil a ser tornar um dos maiores ecossistemas de coworking e empreendedorismo do mundo!